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Pensar a recepção dos “selvagens” na Filosofia é, de certo modo, repensar nossas primeiríssimas relações com a Filosofia. É pensar sobre como os povos originários, que aqui habitavam antes das invasões, puderam fornecer ricos e variados elementos que serviram para a Filosofia repensar a sociedade, a moral, os costumes e a política ocidental no auge da Modernidade. Os selvagens de Rousseau não são apenas os ameríndios por meio da filosofia e dos relatos de viagem. O homem primitivo, natural ou original de Rousseau, é também o “homem selvagem”; e sua grande obra pedagógica concebe o personagem Emílio como uma espécie de selvagem, feito para habitar as cidades. E o Discurso sobre a desigualdade retoma a acalorada discussão sobre os enfants sauvages. Os selvagens, em suas distintas expressões, perpassam toda a obra de Rousseau, incluindo, além do mencionado discurso e do Emílio, o Discurso sobre as ciências e as artes, o Ensaio sobre a origem das línguas, entre outros fragmentos e cartas. Dada a relevância e sistematicidade do tema, propomos ao leitor um prisma variado de análises para começarmos a suplantar as lacunas sobre a questão.
ISBN: 978-65-88691-07-6
216 páginas
Ano de publicação: 2021
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